Agência Mosaico lança amplo estudo “Creators e Marcas da Diversidade” sobre marketing de influência no Brasil

Agência Mosaico lança amplo estudo “Creators e Marcas da Diversidade” sobre marketing de influência no Brasil

São Paulo, 21 julho de 2025 – Em um contexto global onde a pauta de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) enfrenta sinais de retração, especialmente com a diminuição de investimentos e menções em grandes corporações como Google, Microsoft e Disney nos Estados Unidos, a Agência Mosaico, pioneira no marketing de influência com foco em diversidade no Brasil, anuncia o lançamento de sua pesquisa “Creators e Marcas da Diversidade”. Este estudo inovador expande iniciativas anteriores e aprofunda o olhar sobre a pluralidade no mercado de influência, abrangendo recortes essenciais como raça, gênero e sexualidade, idade, padrões de corpo, regionalidade e pessoas com deficiência (PcDs).

O cenário brasileiro diverge da tendência de esfriamento observada em outras economias. Dados recentes da Blend Edu indicam que 63% das organizações, no Brasil, ampliaram seus investimentos em diversidade e inclusão em 2024, enquanto o Relatório de Tendências de Empregabilidade 2025, da Gupy, registrou um notável crescimento de 37% nas vagas afirmativas. Soma-se a isso um movimento que congrega mais de 500 grandes empresas no país, empenhadas em consolidar e impulsionar ações concretas de inclusão. “Diante de um momento em que o apoio à diversidade parece estar sendo colocado à prova, reafirmamos que essa pauta é inegociável”, declara Yheuriet Kalil, CEO da Mosaico. “A influência digital reflete a sociedade em que vivemos e, mais do que nunca, é preciso garantir que essa representatividade seja autêntica, consistente e duradoura”.


A Voz dos Creators: Desafios e oportunidades na representação brasileira

O estudo da Mosaico teve como objetivo dar voz e visibilidade aos criadores de conteúdo pertencentes a grupos de diversidade. O agrupamento dos respondentes nas vertentes incluiu pessoas LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência (PcDs), pessoas racializadas (negras, indígenas, amarelas), pessoas com corpos diversos (gordos, com vitiligo, etc.), criadores com mais de 60 anos e aqueles situados fora do eixo Rio-São Paulo ou em comunidades periféricas.  

A pesquisa quantitativa contou com 246 respostas de influenciadores e criadores de conteúdo diversos, sendo composta por Mulheres Cis (53,7%) e Homens Cis (37,4%), incluindo vozes importantes de pessoas Não-Binárias (3,3%), Mulheres Trans (2,0%), Homens Trans (2,0%) e Travestis (1,6%), revelando a pluralidade de identidades atuantes no setor. A faixa etária predominante ficou entre 26 e 35 anos (59,8%) e 36 a 45 anos (22,8%). O estudo evidencia a menor presença de criadores de conteúdo nas extremidades etárias, como jovens de 15 a 19 anos (0,8%) e pessoas com mais de 60 anos (1,6%), indicando uma lacuna significativa na representatividade etária. A representação racial, na pesquisa, aponta que 50,8% dos participantes se identificam como Brancos, enquanto 28,5% são Pretos, 16,3% Pardos, 3,7% Amarelos e 0,8% Indígenas, refletindo a complexa composição étnica do país. 

Ao nos concentrarmos nas vertentes da diversidade, 60,2% representam a comunidade LGBTQIAPN+, 41,5% são influenciadores que fazem parte da diversidade regional, 40,2% consideram que estão na diversidade racial, 26% possuem corpos considerados fora do padrão, 15,9% são influenciadores que vivem em comunidades periféricas e 7,7% são PCDs, além aqueles que fazem parte da geração prateada, acima dos 60 anos de idade (1,6%).  O universo dos Micro Influenciadores (10.001 a 100.000 seguidores) domina com 54,5% da amostra, seguido pelos Meso Influenciadores (26%). O Instagram é a principal plataforma de trabalho para 86,18% dos respondentes, o TikTok (8,54%) e o YouTube (3,25%), apresentando menor relevância.

A pesquisa ofereceu um panorama detalhado sobre o perfil dos profissionais que atuam na Creator Economy e que fazem parte de recortes da diversidade. O estudo mapeou desafios, perfis de criadores e a dinâmica de trabalho com marcas, coletando dados para fortalecer a diversidade e inclusão no mercado de influência e criação de conteúdo.

A Percepção da Representatividade: Luzes e Sombras

A pesquisa aprofundou-se na percepção dos criadores sobre como as marcas abordam a diversidade em suas campanhas, e os resultados apontam tanto avanços quanto desafios persistentes. A pesquisa revela um panorama de contrastes no marketing de influência brasileiro: enquanto a representatividade LGBTQIAPN+ e de corpos diversos demonstra alta visibilidade e lembrança de marcas (82,1% e 76% de lembrança, respectivamente), a inclusão de influenciadores mais maduros (apenas 32,1% de lembrança) e racialmente diversos (35% de lembrança) persiste como um ponto crítico. Ainda, 38,6% mencionaram marcas que incluem influenciadores PcDs, indicando que a inclusão de pessoas com deficiência ainda são minoritárias nas ativações com influenciadores. Essa discrepância expõe uma lacuna estratégica: o mercado ainda falha em espelhar a diversidade demográfica do Brasil e em aproveitar o vasto potencial de engajamento de públicos que, embora economicamente relevantes, permanecem sub-representados, exigindo um compromisso mais profundo e contínuo com a inclusão. 

O estudo ainda aponta que, enquanto os setores de Beleza, Higiene e Perfumaria (60,2%) e Vestuário e Acessórios (44,3%) lideram as ativações gerais, refletindo tendências de mercado, a predominância de picos de trabalho durante o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ (20,73%) é um alerta crítico. Essa concentração, que supera datas comerciais como Black Friday (15,85%) e Dia dos Namorados (10,57%), indica uma alarmante tendência de inclusão sazonal, que mina a autenticidade e a sustentabilidade da representatividade ao longo do ano. Os influenciadores plurais sentem-se menos representados em campanhas publicitárias de setores como Concessionárias e Montadoras (40,8%), Serviços Financeiros (28%) e Saúde e Academia (26,4%), evidenciando um padrão heteronormativo branco e padrão que falha em inovar para o público diverso do Brasil.

Os próprios criadores apontam barreiras estruturais, como a preferência por mega influenciadores/celebridades (43,7%), a falta de representatividade nas campanhas (27,3%), orçamentos reduzidos para influenciadores diversos (25,7%), e a persistência de preconceitos e estereótipos (20,4%). Contudo, 92,3% dos influenciadores compartilharam experiências positivas quando questionados com quais marcas eles tinham gostado de trabalhar, valorizando a liberdade criativa, autenticidade, o relacionamento,  o alinhamento com propósito/valores e a representatividade que as marcas buscam — fatores que, segundo eles, superam a mera remuneração justa. 

Há recados preciosos como o de uma creator mulher cis, preta, de Minas Gerais: “É importante entender que sair da caixa não é apenas uma tendência, é uma necessidade. Inclusão de verdade acontece quando marcas deixam de falar sobre as pessoas e começam a falar com elas: ouvindo, abrindo espaço e dando protagonismo a vozes diversas. Não se trata só de representatividade estética, mas de participação real nas decisões, nas campanhas, na criação. Se vocês querem ser bem representados, abram espaço para todos. Isso é disruptivo. É desconfortável, mas é justamente aí que acontece a transformação. A inclusão verdadeira incomoda o status, rompe padrões e questiona privilégios. E é isso que torna uma marca relevante: quando ela tem coragem de refletir o mundo como ele é: múltiplo, diverso e real”. 

A coordenação da pesquisa, realizada por Yhevelin Guerin, sócia e business intelligence da Mosaico, destaca a relevância do estudo para marcas que buscam alinhar suas estratégias a um mercado cada vez mais exigente por representatividade autêntica. “Nosso objetivo foi entender não apenas os desafios e a realidade dos influenciadores, mas também saber a percepção deles em relação às marcas. A pesquisa foi um recurso essencial para fornecer insights necessários que ajudem a direcionar estratégias mais eficazes no marketing de influência. Há um material rico que as marcas podem consultar”, complementa Yhevelin.

A pesquisa “Creators e Marcas da Diversidade” marca os seis anos da Agência Mosaico. Os resultados detalhados estarão disponíveis, nas redes sociais e no site da agência, para fomentar discussões e incentivar ações concretas no setor. Nossa mensagem é inequívoca: a diversidade não é uma tendência efêmera de mercado, mas um compromisso fundamental para a construção de marcas relevantes e um futuro mais equitativo.

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